“É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.” (Immanuel Kant).
Hoje meu grande desafio e preocupação é a diferença e as dificuldades que venho sentindo na educação do meu filho, seja no colégio ou em casa. Hoje a educação de nossos filhos mudou, por mais que gostaríamos de manter a mesma formação dentro de casa e na escola, isso não é possível.
Tentarei colocar aqui um breve relato de como foi a minha formação escolar e familiar e trazer para os dias de hoje o que mudou. Não citarei autores, casos de livros, nem outra fonte, para corroborar minhas idéias, colocarei aqui somente o que venho percebendo, o que vivi, o que acredito e o que minha experiência como pai vem me ensinado.
As minhas primeiras lembranças de escola vêm do Jardim, eu estudava em uma escolinha no meu bairro, e a maioria das crianças morava nas redondezas. A quantidade de festas e encontros entre os pais era enorme, comemorávamos tudo, desde festa Junina, dia dos pais e mães até jogo de copa do mundo, a interação entre o colégio e a família era integral. Raramente se via uma empregada na porta do colégio, raras exceções e muito pontuais, babás então era figura de luxo que só víamos em filmes.
A atitude dos alunos com os professores sempre foi de respeito e cordialidade, eram os “Mestres”. A preocupação nesta época era brincar respeitando as normas e manter o comportamento. Eu nunca fui o aluno mais comportado , sempre aprontei, mas nossas peraltices não iam além de empurra, empurra com coleguinhas ou guerra de giz na sala de aula.
Nesta época a minha relação com a família era de respeito e obediência, quase incondicional embora eu sempre desse umas escorregadas. Tinha as regras da casa, os horários e eles eram mais ou menos respeitados. Não era um regime autoritário, mas também nenhum regime permissivo. Minha mãe era dona de casa e meu pai trabalhava. Nos finais de semana saiamos todos juntos, seja para um parque ou um churrasco, o programa era sempre familiar.
Nas festas de final de ano, festa junina, dia das mães, era sempre motivo de encontro dos familiares. Aos Domingos era dia dos avós, sempre íamos para a casa deles ou vinha almoçar em nossa casa. No final do Domingo era a missa, este programa era sagrado.
Educação nos dias de hoje
“É na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais.” (Henrique Maximiano Coelho Neto)
Parando para analisar minha infância até os 11 anos, idade do meu filho mais velho, posso dizer que o exemplo dos meus pais em casa e no trabalho, o respeito pelos professores, o valor da família e os limites impostos e respeitados forjaram meu caráter.
Hoje ainda existem os colégios de bairro com ótimos professores, sejam os professores mais velhos que ainda lecionam ou os são professores mais jovens que resgataram a missão de ser “O” professor.
Os colégios são muito bem equipados e com uma infra-estrutura ótima, mas também já preparados para as crianças e bebes que são obrigados a ficar tempo integral, seja porque a família realmente tem a necessidade de trabalhar ou por desleixo das mães que querem ter filhos, mas não tem tempo para cuidar deles, pois são tantos os shopping e academias nas cidades que não sobra tempo.
Na saída do jardim as coisas mudaram um pouco, pois alem das mães, temos as empregadas, as babas, os motoristas e as mães atrasadas, pois os shopping e academias têm transito e elas não conseguem chegar a tempo. Hoje chegamos ao cumulo dos colégios cobrarem multa por tempo de atraso na saída, tamanho o descaso de algumas mães. Até 10 minutos 20 reais, até 40 minutos 30 reais e acima de uma hora 50 reais. Inacreditável! Não sei se é absurdo a cobrança ou o desleixo repetitivo destas ótimas mães. O respeito com os professores nesta idade ainda é recíproco, pois aquela é a realidade da criança, muitas não recebem o carinho e atenção em casa e acabam fazendo ali a verdadeira recreação, alimentação e higiene.
Em todos os colégios que meus filhos estudaram as festas e a organização não chegam perto da grandiosidade dos colégios da minha época. As fantasias de antigamente eram mais bem elaboradas, as musicas, os teatros do dia da arvore, as brincadeiras, o folclore, enfim, as festas eram divertidas e aguardadas.
Hoje vejo que a grande maioria das famílias joga no colégio, além da responsabilidade do aprendizado escolar, a responsabilidade da educação, que deveria ser dada em casa, por outro lado diversos colégios jogam a responsabilidade da educação escolar na família, através dos deveres de casa, querendo que o adulto, pai ou mãe que não estudam há muito tempo, tenham a obrigação de saber aquelas matérias esquecidas ou alteradas ao longo do tempo.
Já em casa, nossa família possui regras e limites, mas diferente de outros tempos, nos tornamos minoria, pois os amigos do meu filho não possuem regras e horários, o que acaba nos tornando os pais chatos. Nossos filhos acabam sendo excluídos gradativamente do seu grupinho, nos obrigando a ser mais flexível em alguns aspectos para não prejudicar a vida social da criança.
Se você zela pelo seu filho, da uma boa educação, atenção e carinho, e mesmo assim encontra dificuldades, o que serão das crianças carentes de afeto e com a falta de limites? Será que é justo a criança trilhar este caminho sozinha e se lançar a sorte na vida?
Descubra mais sobre A Vida como ela é ..... Simples assim!
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Parabéns ao autor, está coberto de razão, concordo com seu ponto de vista em gênero, número e grau. Não sou educador e, desse modo, não posso entrar no mérito da questão, senão, apenas em sua superfície, todavia, meus primeiros anos de escola não foram tão diferentes do que ele descreve, embora deva reconhecer algumas particularidades de épocas, talvez porque sejamos de gerações diferentes. O grande desafio da educação nos dias de hoje, seria a unificação do conteúdo pedagógico e da modalidade de ensino em todo o País, uma verdadeira revolução reformista, colocando todos os alunos de uma determinada fase no mesmo nível – seria, por assim dizer – a homogenização de toda a modalidade de ensino, de tal forma que um aluno do quarto período do ensino fundamental do Piauí, Sergipe, Alagoas (para citar apenas estes) detivessem o mesmo conhecimento de alunos do mesmo período, do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, etc, e, em contrapartida, com o mesmo padrão remuneratório dos respectivos e dedicados mestres mas, infelizmente, a heterogeneidade entre os Estados citados, não permitem essa uniformização, pelo menos – agora – por peculiaridades de cada um, que não vêm ao caso aqui e agora citar. Isso, só se resolveria com a federalização do magistério, aliás, esta é uma bandeira antiga, defendida pelo educador/professor/Senador Cristóvam Buarque. Os professores do Brasil de hoje, embora idealistas e heróis, mesmo desvalorizados como são em todos os sentidos e desmotivados, não passam de meros “profissionais” do magistério, quando deveriam ser VOCACIONADOS para ele, faltam-lhes, no entanto, incentivo e valorização. Um dia, tudo isso mudará, ainda que seja para a realidade dos filhos e netos dos nossos netos. LMA.
CurtirCurtir
Sou professora e vejo que muitos pais colocam a Educação dos filhos
em segundo plano,não dá prioridade para a mesma. É triste quando
numa reunião de pais e mestres só tem 6 pais, quando deveria ter mais de 500.
CurtirCurtir
Verdade! O envolvimento dos pais é fundamental para o sucesso educacional dos filhos.
CurtirCurtir